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segunda-feira, 29 de junho de 2009


Os dias são longos,mas os anos são curtos.



" As vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência; quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Essa historia de que é melhor acordar arrependido do que dormir com vontade é mentira! Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida; o que está no passado tem motivos para não fazer mais parte do seu presente; não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos..."

sábado, 27 de junho de 2009

Para almas geladas, o melhor é doar amor.
Profº Shuzo Yoshikura,com adaptações de Patrícia Furtunato


...Deitado na areia com o sol me envolvendo todo o corpo e ouvindo de olhos fechados os murmúrios das ondas, vêm-me á memória,como se fosse ontem, cenas de um dia do passado.
Era também um dia calmo,tranqüilo e de temperatura agradável como hoje. Naquele dia havia visitado a minha esposa,então noiva,na sua casa. Viemos á praia e,sentados na areia,conversamos cheios de esperanças sobre o sonhos de construirmos juntos uma nova vida. Ela falou sobre a aldeia,onde nascera e crescera. Um coisa que ela contou me impressionou me muito. Ela disse que as pessoas da aldeia jogavam no mar todos os cacos de vidro de garrafas, de vidraças,etc. “Mas que perigoso!” retruquei espantado. Mas,com um sorriso nos lábios,ela continuou: “Eles não jogam em qualquer lugar. Existe um lugar previamente demarcado pelos próprios aldeões, onde não há perigo algum.”.
As ondas do mar repetem incessantemente suas idas e vindas,como a respiração do próprio planeta. Desmanchando-se na praia,recolhem silenciosamente os cacos de vidro e com eles retornam para o alto mar. Depois de dias,meses e anos o mar generoso, que continua com o mesmo movimento,acaba arredondando os cacos,mesmo os mais pontiagudos,devolvendo-os a praia.
Ao ouvir essa explicação,peguei uma porção de areia com as mãos. No meio da areia branca,destacavam-se pedrinhas coloridas ou transparentes,de formas irregulares. Eram os antigos cacos de areia.
Observando fixamente as pedrinhas misturadas á areia branca que caía das minhas mãos, pensei com profunda emoção: “Quero formar homens que sejam não apenas corretos, mas também generosos. A grande natureza abriga em seu seio as substâncias fétidas,mas está purificando-as constantemente com sua força. A natureza não rejeita as substâncias fétidas,mas sim purifica-as e assimila-as. Aqueles que são magnânimos como a natureza,não conseguem vivificar o próximo ou fazer crescer as coisas ao seu redor,mesmo que sejam pessoas corretas.” Pois não é exatamente isso? O grande mar envolve qualquer caco de vidro nos seus braços,transformando-o numa pedrinha brilhante,arredondada,sem ângulos ? Que grandiosa capacidade de envolver! Haverá outra igual?
Tomado de profunda emoção,pensei na minha pequenez e feiúra interior ,e senti-me envergonhado. Estaria eu envolvendo com calor as almas geladas? Todos nós mantemos relacionamento com muitas pessoas. No dia-a-dia,estaria eu envolvendo a todos com grande tolerância,tratando-os com igualdade?
Existem pessoas com temperamento desagradável;existem pessoas insensatas que menosprezam os sentimentos alheios;pessoas anti-socias que se enclausuram no seu mundo;pessoas rudes e grosseiras menosprezadas por todos. O mundo é constituído dos mais variados tipos de pessoas.
Estaria eu sendo gentil com essas pessoas,procurando acolhê-las no meu coração? Pelo menos superficialmente,tenho agido assim,mas no meu íntimo? As vezes tenho julgados as pessoas com as minhas medidas. Outras vezes,sentido grande repulsa por algumas pessoas.(...)
Entristeceu-me este meu pobre estado emocional,muito longe da tolerância. Já nem escutava o que a minha noiva me dizia. Olhando fixamente as espumas brancas que se aproximavam dos nossos pés,procurando conter as lágrimas com esforço.
Prometi com firmeza,mas com muita firmeza mesmo:
_ Serei como o mar.
Serei alguém como o mar,que recebe de braços abertos os bons e os maus. Envolverei todas as pessoas,mesmo as “espinhosas” ou as “pontiagudas” que machucam os outros;receberei a todos com um grande e caloroso coração;como o mar,eliminarei suas partes angulosas oferencendo-lhes alegria e esperança...
Muitos anos se passaram. A lição do mar continua viva até hoje. Não devemos nos deixar impressionar pelo aspecto exterior. Depois de muitas experiências,esta convicção se tornou mais solida, e levo uma vida feliz ao meu ver.
Eis aqui o meu “eu” totalmente diverso do passado. Na mesma praia de outrora,lembro-me saudosamente dos dias vividos até hoje e sinto vontade de bradar ao mar: “Obrigado!Cumpri a minha promessa feita naquela ocasião!”
O vento começa a soprar. As flâmulas dos barcos fazem ruído no ar ,e as gaivotas brancas grasnam,voando em círculo sobre a superfície da água. Talvez tenham descoberto um cardume.

domingo, 21 de junho de 2009



"Penso como é a vida...Muito mais fácil ficar sentada esperando que as coisas aconteçam...Que tudo caia do céu.É fácil culpar a Deus,ou outras pessoas porque sua vida não é do jeito q você sonhava,fácil querer um amor perfeito,um amigo sempre presente,uma família sempre compreensiva...Difícil é levantar da cadeira,ou da cama de manhã cedo e correr atrás daquilo que é importante para você,difícil é aceitar que todas as pessoas tem defeitos,que o amor é construindo aos poucos,cada um tentando melhorar a cada dia,cada um tentando fazer o outro feliz,mas sem passar por cima dos seus próprios valores...Difícil descobrir que melhores amigos não nascem da noite para o dia(...).Difícil aprender que família é o bem mais precioso que se tem na vida(...) Descobri que amamos cada pessoa de uma forma diferente...Que novas pessoas aparecem,por novas pessoas nos apaixonamos,por novas pessoas sofremos e choramos de amor...Mais eu sei que antes de amar qualquer pessoa...Tenho que me amar."Eu sei,ou melhor estou aprendendo a saber.
21/06/2009

sábado, 20 de junho de 2009


"A idéia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do jornal é o fato.
A celebridade é a rotina do boato.
A rotina da mão é o toque.
A rotina da garganta é o rock.
O coração é a rotina da batida.
A rotina do equilíbrio é a medida.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
A rotina do caminho é a direção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem sua beleza. "


Arnaldo Antunes

quarta-feira, 17 de junho de 2009


Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão
Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém
Acho que eu fico mesmo diferente
Quando falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
E uso as palavras de um perdedor
As brigas que ganhei
Nenhum troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

terça-feira, 16 de junho de 2009


"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"
(Fernando Pessoa)




É Fernando Pessoa ou mesmo os seus heterônimos sempre têm razão,sempre encontro a palavra,a frase, o sentimento certo nas suas poesias.Quando não sei descrever o que se passa aqui dentro de mim, ele sabe!
Há sempre uma saída,mesmo que não a enxergemos na primeira passada de olhos. Os olhos as vezes ficam embaçados mesmo, e isso é normal. Pelo menos penso que seja. Certas ocasiões estão embaçados pela dor ou ilusão. Outras nem estão embaçados,mas apenas focalizando o objeto errado. E prestamos tanta atenção nestes objetos errados que nem vemos o mundo de possíbilidades a nossa volta. Ficar colecionando coisas não feitas, coisas não ditas, sentimentos não expressados, abraços e telefonemas não dados. Ou ainda pior nos acomodamos a situações martirizantes, não que alguém tenha nos colocada ali,nós mesmos é que nos colocamos diante destas situações, como se ficar ali sofrendo fosse realmente nos redimir ou nos tornar mais dignos de alguma coisa. Bom,até podemos ser dignos de algo sim com essa situações toda, mas esse algo será a pena. A pena dos outros ou a mais humilhante e realmente triste: a pena de si mesmo. E por fim acabarmos, um dia, recobrando a visão normal e percebermos tudo que foi perdido, que o tempo passou e você ficou ali acorrentado a tudo aquilo que lhe fazia tão mal. Não digo que será tarde de mais,pois nunca é. Mas talvez o tempo tenha passado e o que devia ter sido feito antes, agora não tenha mais graça ou espaço para ser feito. Quem devia ter recebido o abraço, o telefonema já não esteja mais ali, já tenha cansado de esperar ou simplesmente seguido o rumo da sua vida e você nem saiba mais onde a encontrar. E guardado também na sua coleção particular de coisas não feitas, esse abraço que não recebeu,mas também não foi capaz de dar. Então é hora de como o Fernando disse ( háaa!! quem me dera conhecé-lo assim, a ponto de poder chamar pelo primeiro nome.) "... Alaguar seu coração de esperanças, mas não deixar que ele se afogue nelas." Pois devemos criar metas e não expectativas. E desembasse os seus olhos,focalize no que te faz crescer, em quem te faz crescer e seja feliz.

17/06/2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009




Agora já era tarde demais, para respirar fundo mais uma vez. Já tinha mergulhado no lago muito profundo,que era ela mesma. E parecia que não sairia de lá tão cedo. Talvez não quisesse, talvez não conseguisse,talvez esperasse ou gostava de esperançar que alguém viria lhe salvar de lá. Salvá-la dela mesma, de seus pensamentos,que pareciam ter ganhado um poder altamente incomum.Vinham e tomavam-lhe completamente, custavam a ir embora. Recordações,saudades,ilusões e esperanças talvez... Saudades do que nem aconteceu,ou só aconteceu pra ela.(Ora, já que Freud disse que os sonhos são tão reais quanto a própria realidade.)Talvez realmente o fosse.


Mas entre tudo isso ainda havia uma fenda de luz,não que o resto era escuridão,mas essa fenda brilhava mais radiante que o restante:
”Não é que o mundo seja só ruim e triste. Singela é a abordagem. Primeiro estranha-se; depois entranha-se.”
Há tantas coisas que não dizemos a um desconhecido, Ainda mais a um desconhecido que conhecemos muito bem.



07/06/2009

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Olha essa:



SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente




"Caro Cupido,


Venho por meio desta carta expressar minha insatisfação ante ao produto por você vendido: o amor. Durante anos de minha vida fui bombardeado por vários anúncios televisivos, radiofônicos e textuais, discursos inflamados das mais diversas pessoas sobre os efeitos benéficos que o amor me traria: alegria, relaxamento, bem-estar e conforto.
Pois bem, o produto veio se mostrando eficiente por várias semanas desde a sua aquisição, mas o mesmo passou a apresentar efeitos colaterais que não foram devidamente explicados no contrato, onde os mesmos foram mencionados em letras minúsculas, o que foi entendido por mim, como ato de má fé.
Passei a ser assolado por pensamentos românticos e planejamentos de viagens e longas conversas com minha namorada, o que tem atrapalhado consideravelmente meu sono. Tenho taquicardia e sudorese antes dos encontros amorosos. Minha ansiedade por vê-la ou falar com ela ao telefone está chegando às raias da loucura. Tenho acessos de gagueira, quando estou com ela, sempre que quero dizer algo importante. Tive uma drástica redução em meu vocabulário, já que só me vêem à mente expressões do tipo "bebezinha" ou "docinho de coco", bem como a constante colocação do sufixo "inho" ou "nha" às palavras.
Baseado em todos os problemas relatados, venho pedir para que seja feita a devolução do produto.
Atenciosamente, Homem Apaixonado"



"Caro Homem Apaixonado,
Lamentamos pelo seu infortúnio. Mas informamos que o produto não é retornável após sua aquisição. Torcemos para que a sua adaptação ocorra em breve.
Aproveite para conhecer os outros produtos da nossa linha: Amor Platônico, Amor Social, Amor Infantil, Amor Adulto, Amor na Terceira Idade, Amor Fraterno, entre outros.
Atenciosamente, o Cupido"