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sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Um dia desses, eu observei aquela florzinha que a gente assoprava quando criança, e que chamávamos de ‘dente de leão’. Erva daninha, flor bonita ou matinho... Sei lá, cada um vê de um jeito. E já deu pra pensar um monte de coisas.Quando sopramos o que já nem é uma flor, mas as sementes já secas, elas voam pelo ar conforme a direção do vento. Caem em um lugar qualquer, perto ou distante, e recomeçam o ciclo.Somos todos nós assim também: depois de nos sentirmos a mais bela flor, secamos ali, tentando parar o tempo. Tentando deter a beleza. Tentando não deixar que nada mude. Aí vem a força do vento e sopra a gente pra longe. Desmancha nossa flor e manda tudo pelos ares. Dá a sensação de que a vida acabou, acabou a beleza, acabou a perfeição.Mas aí cada uma daquelas sementes cai num lugar, e as que encontrarem solo fértil irão nascer de novo, com vigor; vão florescer, vão reviver e gerar mais vida.E assim são nossos corações: morremos e nascemos mil vezes, até que um dia aprendemos que a dor de sentir tudo seco e destruído é só uma pausa. Vai ter vida de novo, é só esperar uma chuva. A espera pela chuva é nosso luto por coisas ou pessoas que se foram. É nosso período de introspecção. Em que fase de ‘dente de leão’ você está? Renascendo, florindo, seca na haste, ao sabor do vento, semente no solo esperando chuva?Eu estou no solo, já... pronta para renascer, hora de descartar a casca dura que se formou em volta da vida, tudo o que se foi, o que não serviu. Logo virá a chuva, posso sentir...

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