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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008


Publico aqui uma crônica que saiu na revista Veja São Paulo em um final de semana da época do Natal. Texto que toca nossa emoção e nos fazem relembrar e refletir sobre as pequenas e singelas coisas que nos rodeiam e que esquecemos de dar importância. Nossas vivências e encantamentos ligados às árvores!

O Ritual da Árvore
Por Walcyr Carrasco - 19.12.2007


Montar a árvore foi um ritual que me acompanhou durante toda a infância, e que mantenho até hoje. A de minha família era feita de penas tingidas de verde. Nunca mais vi uma assim, mas garanto que enchia meus olhos. Mamãe guardava as bolas coloridas, delicadíssimas, em caixas, cada uma envolvida em papel de seda. Era preciso tomar muito cuidado para retirá-las, pois se quebravam com uma simples pressão dos dedos. Cada uma era presa delicadamente, alternando-se os tamanhos. Em cima, colocava-se uma ponteira colorida. As casas de meus amigos, todas, eram também enfeitadas com árvores. Algumas com os galhos cobertos por algodão branco, para simular neve, ainda que na minha vizinhança ninguém jamais tivesse visto a neve real. Era esquisito, no calor fustigante do interior de São Paulo, ver aquelas árvores com chumaços brancos. Mas, diziam, Papai Noel morava em um local gelado – motivo pelo qual usava aquela roupa pesadíssima. Eu mesmo me surpreendi ao entrar em uma loja e deparar com um Papai Noel gotejando suor da testa. Mas que fazer? Eu já andava desconfiadíssimo. Todos os anos entregava bilhetes e cochichava no ouvido de todos os Papais Noéis:

– Quero um cavalo de corrida!


Não um de brinquedo. Mas de verdade. Todos me prometiam com um aceno. Na manhã do Natal, acordava cedo esperando o relinchar. Em vez do cavalo, havia apenas um pacote e a explicação:


– Você estava dormindo quando Papai Noel passou por aqui. Deixou o recado de que não pôde trazer o cavalo porque era muito pesado! Mas no Natal que vem…

Ah, que raiva eu sentia do tal velhinho!


Presépios eram lindos. Uma vizinha criava um enorme, com pequenas figuras de barro pintadas, grama de verdade e um espelho simulando um lago. Ficava na sala. Nas igrejas também havia presépios, muitos enormes, com figuras em tamanho natural!


Eu não sei exatamente de onde vem a tradição de montar a árvore. O que sei é que árvores têm alguma coisa de sagrado. Fala-se em árvore da vida. Outras culturas já reverenciaram o carvalho e o pinheiro. Para mim, a tradição é significativa. Certa vez ganhei um pinheiro torto, comprado já na promoção, a poucos dias da festa. Passou alguns dias torto na sala e depois eu o plantei no jardim. Hoje ele está enorme – embora continue torto, e eu morra de medo de vê-lo despencar sobre o telhado! Mas sinto um calor no peito diante dele! Sempre lembro daquele Natal de pouca grana e ao mesmo tempo inesquecível, porque estava cheio de alegria! Há alguns anos comprei uma árvore artificial – sou contra abater as vivas somente para a data. É grande, e bem tropical, com galhos curvos. Adoro! E boto, sim, luzes piscando! Tive até um papai noel que fazia “ho, ho, ho” cada vez que alguém passava por perto. O barulho era tanto que foi expulso da sala!

Talvez seja um gasto excessivo de energia. Mas no Natal a cidade fica mais linda, com tantas luzes coloridas, árvores, presépios! Por isso não reclamo do congestionamento para ver a árvore do Ibirapuera. Faz parte da tradição! É bom saber que neste mundo tão agitado, onde tantas coisas mudam depressa, algumas permanecem. Iden-tificam sentimentos.

Todos os anos monto minha árvore. Gosto de vê-la na sala, com os enfeites que vão se acrescentando ano a ano! Existe alguma coisa a respeito do Natal que é mágica. É o momento de trocar uma energia boa. E a árvore está lá, como símbolo de que há alguma coisa na família que permanece para sempre e nos dá vontade de trocar abraços e desejar felicidades!


Vejam comentários dos leitores que se emocionaram com a crônica de Walcyr em: http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2040/m0147546.html

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


"Amizade..."


"Qualquer hora dessas, o sol vai deixar de brilhar...
Mas isso não importa, a lua brilhará dia e noite...
Qualquer dia desses, as estrelas vão cair...
Mas ninguém precisa ter medo, o oceano as receberá em suas águas...
Algumas coisas costumam acontecer na hora errada,
outras coisas acontecem na hora exata.
A sublimidade do ser humano, é capaz de tornar as coisas perfeitas...
A paz interior de cada um e o desejo de busca, influenciam o encontro...
Mesmo que o encontro seja virtual, ou imaginário. (Seria a mesma coisa?)
Sei que pode se tornar real, por causa da sublimidade e da paz interior,
e da busca de felicidade que cada ser tem dentro de si.
Busco sem medo... Encontro com medo... Sinto, com desejo...
Às vezes correr o risco de não encontrar, é melhor do que nem tentar procurar.
Busquei e te encontrei! Ou foi você que me encontrou???
Bom, o que importa é que o destino é amigo dos homens,
e os homens são amigos entre si...
Mesmo que o destino se torne nosso inimigo,
nós jamais poderemos fazer o mesmo,
devemos continuar nos amando...
Os amigos se amam. Os verdadeiros...
As estrelas nem vão mais cair,
nem o céu deixará de ter o brilho do sol, nem as coisas erradas irão acontecer.
Por que o amor e a amizade são maiores,
e dominam o coração e o espaço.
A busca foi verdadeira e o verdadeiro sentido dessa busca..."